CPLP

CPLP
CPLP

terça-feira, 11 de junho de 2019

LEMBRANDO PRESTES Agildo Barata estava numa cela com Luiz Carlos Prestes, em 1945. Notou um opúsculo de capa verde. Na capa: “Pensamentos de Augusto Comte”. No interior: aforismas estóicos, que Prestes traduzia do grego para passar o tempo. E dizia que como a capa era de Comte, os milicos não iriam tomá-la. Conclusão de Barata: quando penso em Prestes, penso sempre num livro de máximas estóicas e de capa positivista. “Que sacada, hein”, interpreta o meu velho amigo Flávio Aguiar (desde 1962, no Colégio Anchieta, em Porto Alegre), , e que agora vive em Berlim. Essa cidade sempre me emociona, pois lá varei noites conversando com Luiz Travassos, tomando todo o vinho alemão existente, a gente caminhando até perto do Muro. Ele lá exilado. Eu fugido da “ditabranda”, segundo a Folha. Voltando ao líder comunista: quando penso em Prestes penso mais num pensamento granítico e positivista de um homem íntegro, profundamente digno (às vezes equivocado, mas nunca desonroso). Por exemplo: sua aliança (“Constituinte com Getúlio”) com Vargas (que o deixaria muitos anos preso nas mãos do perverso Filinto Miller) foi um erro ou uma necessidade naquele momento, em função de um projeto político maior? Em termos éticos não se justifica. Foi Filinto quem entregou Olga, a mulher de Prestes, para a Gestapo. Prestes era mais positivista que comunista. Estou equivocado? David Nasser escreveu um livro chamado “Falta Alguém em Nuremberg”. Esse alguém era Filinto “carrasco” Miller, que foi presidente da ARENA, o “maior partido do Ocidente”, segundo o inesquecível Francelino Pereira. Francelino foi quem fez a nunca respondida indagação: “Que país é esse?” Lembrando: a polícia política do Estado Novo (1937-1945), chefiada por Filinto Miller, arrancou com torquês um dente de Carlos Marighella. Marighella, segundo o juízo insuspeito de Jarbas Passarinho (que fez a célebre proclamação no dia da promulgação do AI-5, 13 de dezembro de 1968: “às favas com os escrúpulos, senhor presidente”), teria sido o homem mais corajoso que existiu no Brasil no enfrentamento da tortura.

LEMBRANDO PRESTES

Agildo Barata estava numa cela com Luiz Carlos Prestes, em 1945. Notou um opúsculo de capa verde. Na capa: “Pensamentos de Augusto Comte”. No interior: aforismas estóicos, que Prestes traduzia do grego para passar o tempo. E dizia que como a capa 
era de Comte, os milicos não iriam tomá-la.
Conclusão de Barata: quando penso em Prestes, penso sempre num livro de máximas estóicas e de capa positivista.
“Que sacada, hein”, interpreta o meu  velho amigo Flávio Aguiar (desde 1962, no Colégio Anchieta, em Porto Alegre), , e que agora vive em Berlim.
Essa cidade sempre me  emociona, pois lá varei noites conversando com Luiz Travassos, tomando todo o vinho alemão existente,  a gente caminhando até perto do Muro.
Ele lá exilado. Eu fugido da “ditabranda”, segundo a  Folha.
Voltando ao líder comunista: quando penso em Prestes penso mais num pensamento granítico e positivista de um homem íntegro, profundamente digno (às vezes equivocado, mas nunca desonroso).
Por exemplo: sua aliança (“Constituinte com Getúlio”) com  Vargas (que o deixaria muitos anos preso nas mãos do perverso Filinto Miller) foi um erro ou uma necessidade naquele momento, em função de um projeto político maior?
Em termos éticos não se justifica. Foi Filinto quem entregou Olga, a mulher de Prestes, para a Gestapo.
Prestes era mais positivista que comunista.  Estou equivocado?
David Nasser escreveu um livro chamado “Falta Alguém em Nuremberg”.
Esse alguém era Filinto “carrasco” Miller, que foi presidente da ARENA, o “maior partido do Ocidente”, segundo o inesquecível Francelino Pereira.
Francelino foi quem fez  a nunca respondida indagação: “Que país é esse?”
Lembrando: a polícia política do Estado Novo (1937-1945), chefiada por Filinto Miller, arrancou com torquês um dente de Carlos Marighella.
Marighella, segundo o juízo insuspeito de Jarbas Passarinho (que fez a célebre proclamação no dia da promulgação do AI-5, 13 de dezembro de 1968: “às favas com os escrúpulos, senhor presidente”), teria sido o homem mais corajoso que existiu no Brasil no enfrentamento da tortura.
   
Agildo Barata estava numa cela com Luiz Carlos Prestes, em 1945. Notou um opúsculo de capa verde. Na capa: “Pensamentos de Augusto Comte”. No interior: aforismas estóicos, que Prestes traduzia do grego para passar o tempo. E dizia que como a capa era de Comte, os milicos não iriam tomá-la.
Conclusão de Barata: quando penso em Prestes, penso sempre num livro de máximas estóicas e de capa positivista.
“Que sacada, hein”, interpreta o meu  velho amigo Flávio Aguiar (desde 1962, no Colégio Anchieta, em Porto Alegre), , e que agora vive em Berlim.
Essa cidade sempre me  emociona, pois lá varei noites conversando com Luiz Travassos, tomando todo o vinho alemão existente,  a gente caminhando até perto do Muro.
Ele lá exilado. Eu fugido da “ditabranda”, segundo a  Folha.
Voltando ao líder comunista: quando penso em Prestes penso mais num pensamento granítico e positivista de um homem íntegro, profundamente digno (às vezes equivocado, mas nunca desonroso).
Por exemplo: sua aliança (“Constituinte com Getúlio”) com  Vargas (que o deixaria muitos anos preso nas mãos do perverso Filinto Miller) foi um erro ou uma necessidade naquele momento, em função de um projeto político maior?
Em termos éticos não se justifica. Foi Filinto quem entregou Olga, a mulher de Prestes, para a Gestapo.
Prestes era mais positivista que comunista.  Estou equivocado?
David Nasser escreveu um livro chamado “Falta Alguém em Nuremberg”.
Esse alguém era Filinto “carrasco” Miller, que foi presidente da ARENA, o “maior partido do Ocidente”, segundo o inesquecível Francelino Pereira.
Francelino foi quem fez  a nunca respondida indagação: “Que país é esse?”
Lembrando: a polícia política do Estado Novo (1937-1945), chefiada por Filinto Miller, arrancou com torquês um dente de Carlos Marighella.
Marighella, segundo o juízo insuspeito de Jarbas Passarinho (que fez a célebre proclamação no dia da promulgação do AI-5, 13 de dezembro de 1968: “às favas com os escrúpulos, senhor presidente”), teria sido o homem mais corajoso que existiu no Brasil no enfrentamento da tortura.

Emanuel Medeiros Vieira

Sem comentários:

Enviar um comentário

Agradeço o seu Comentário, que vai ser monitorizado