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terça-feira, 22 de outubro de 2019

MAIO, 1968

“O que devemos é apressar o fim do inverno de nossa infelicidade, parafraseando a famosa frase de Shakespeare no “Ricardo 3”, e fazer surgir uma nova primavera”
(Renato Janine Ribeiro)
(Em 10 de maio de 1968,
estudantes ocupavam a Sorbonne.)
Desejávamos soprar a poeira da eternidade.
Seja realista: exija o impossível, passeatas, cassetetes, éramos eternos.
Comíamos o pão de cada dia com a flor da utopia na lapela.
“A imaginação no poder”, mas nossos amigos não estão no poder.
Destinos rabiscados, entes descartáveis, grãos de areia na imensa praia global.
E o passado não passou.
Fragmentados, ilhados: o barco fez água, comitês de sonhos viraram praças de vorazes burocratas, o povo servindo aos donos da pátria, crendo que a servem.
Che Guevara saiu saiu da guerrilha para triunfar nas camisetas.
Num muro, li:
“Acorda, Lênin: eles enlouqueceram.”
50 anos, sim – meio século.
A barricada fecha a rua, mas abre a via.
Cerração dissipada, pipa no céu, regata assistida aos sete anos: outrora/agora.

Maio 2018

EMANUEL MEDEIROS VIEIRA (falecido em 29 de Julho de 2019)

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