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terça-feira, 29 de outubro de 2019

APOLÔNIO

Estimado amigo Carlos
Saudações!
Envio para possível publicação no teu blogue, um texto sobre um grande brasileiro, a quem Jorge Amado chamava de "Herói de Três Pátrias.
Seu nome: Apolônio de Carvalho.

Ficaria feliz com a tua leitura - sempre preciosa - e atenção.
AGRADEÇO A EVENTUAL PUBICAÇÃO.

SOU MUITO GRATO PELA ATENÇÃO QUE ME DISPENSAS!

TUDO DE BOM!

Fraterno e grato abraço para ti e para os que amas!
Com a sincera estima  e gratidão do Emanuel e Célia

"APOLÔNIO"

Apolônio de Carvalho – participante da Intentona Comunista de 1935, da Guerra Civil Espanhola, da Resistência Francesa e combatente ativo da guerrilha contra a ditadura militar brasileira – morreu no dia 23 de setembro de 2005, às 18h35.
Dele alguém disse: “Foi o retrato fiel do que melhor existiu no século XX”.
Teve esse enorme mérito num país de escassa memória, no qual a maioria se doa tão pouco aos outros e às causas justas, e a palavras generosidade e compaixão parecem ter desaparecido, e onde quase sempre prevalecem os trambiques, as desilusões e a impunidade.
Mesmo correndo o perigo de cair na exaltação ou na monumentalização de um ser, é difícil evitar a admiração funda para falar de um homem simples, quase um “santo laico”.
Nascido em Corumbá (Mato Grosso do Sul), em 9 de fevereiro de 1912, Apolônio era chamado pelo escritor Jorge Amado (1912-2001) de “herói de três pátrias”.
Iniciou sua militância política na década de 30, filiado ao PCB.
Foi um dos fundadores do PT, sendo portador da ficha de filiação número 1.
(Quando muitos brasileiros que enfrentaram a ditadura, nas ruas e sofreram nas masmorras do regime, foram vítimas da tortura, vivendo no exílio (externo ou interno), acreditavam que o novo partido fosse mudar as práticas política do Brasil.)
Apolônio entrou na Escola Militar de Realengo em 1930.
Forma-se em 1933.
Em 1935, passa a integrar a ANL (Aliança Nacional Libertadora), frente antifascista presidida por Luís Carlos Prestes.
Em novembro daquele ano, a aliança promove levantes contra Getúlio Vargas, em Natal, Recife e Rio de Janeiro, logo sufocados.
Torna-se comunista na prisão, formalizando sua adesão ao PCB em junho de 1937, quando é libertado.
Viaja em junho para a Espanha, onde luta em defesa do governo republicano contra as forças fascistas de Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Após a derrota republicana, em 1942, engajou-se na Resistência Francesa contra a ocupação nazista.
Em dezembro de 1946, retorna ao Brasil com a família e se reintegra ao PCB.
Em 1947, passa a presidir a União da Juventude Comunista.
Após o golpe militar de 1964, critica a direção do partido e é expulso.
Funda o PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário) em abril de 1968, participando da luta armada contra o regime militar.
Preso e torturado, em 1970 é banido para a Argélia em troca do embaixador alemão.
Volta ao Brasil em outubro de 1979, após a anistia de agosto daquele ano.
Apolônio de Carvalho era uma alma simples, alegre e delicada, uma espécie de “distribuidor de esperanças”.
Eric Nepomuceno escreveu: “Mais que um cidadão do mundo, era um veterano da humanidade.
Desses que se vão e deixam um vazio na história de todos nós.”


EMANUEL MEDEIROS VIEIRA (falecido em 29 de Julho de 2019) ... "Desses que se vão e deixam um vazio na história de todos nós.”

Desses que se vão e deixam um vazio na história de todos nós.”

terça-feira, 22 de outubro de 2019

MAIO, 1968

“O que devemos é apressar o fim do inverno de nossa infelicidade, parafraseando a famosa frase de Shakespeare no “Ricardo 3”, e fazer surgir uma nova primavera”
(Renato Janine Ribeiro)
(Em 10 de maio de 1968,
estudantes ocupavam a Sorbonne.)
Desejávamos soprar a poeira da eternidade.
Seja realista: exija o impossível, passeatas, cassetetes, éramos eternos.
Comíamos o pão de cada dia com a flor da utopia na lapela.
“A imaginação no poder”, mas nossos amigos não estão no poder.
Destinos rabiscados, entes descartáveis, grãos de areia na imensa praia global.
E o passado não passou.
Fragmentados, ilhados: o barco fez água, comitês de sonhos viraram praças de vorazes burocratas, o povo servindo aos donos da pátria, crendo que a servem.
Che Guevara saiu saiu da guerrilha para triunfar nas camisetas.
Num muro, li:
“Acorda, Lênin: eles enlouqueceram.”
50 anos, sim – meio século.
A barricada fecha a rua, mas abre a via.
Cerração dissipada, pipa no céu, regata assistida aos sete anos: outrora/agora.

Maio 2018

EMANUEL MEDEIROS VIEIRA (falecido em 29 de Julho de 2019)

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O MASSACRE DOS PALESTINOS

Eu sei, não é fácil remar contra a corrente.
Ainda mais contra a “avalanche” da mídia hegemônica
Palestinos? São dezenas de mortos, centenas de feridos em manifestações pacíficas.
Será que o belicista e fascista primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, quer imitar o que foi feito contra o seu povo na Segunda Guerra Mundial?
É claro: virão os lugares comuns: chamar quem condena o massacre de “antissemita”.
Nutro um grande respeito pela cultura judaica e seus descendentes, como Karl Marx, Sigmund Freud, Franz Kafka e tantos outros.
O álibi facilitário a favor de Israel é culpar sempre o Hamas.
É exagero chamar de “genocídio” o que Binyamin Netanyahu está cometendo contra a indefesa população palestina nos territórios ocupados?
Sempre aprendemos a defender a autodeterminação dos povos.
Esta mídia pró-Israel esquece o principal: o povo palestino foi expulso dos seus territórios
O invasor é Israel. Não o contrário.
O sionismo, fonte ideológica do Estado de Israel – como lembra Breno Altman – foi forjado por Theodor Herzi (1860-1904).
No início, essa doutrina apresentava-se como expressão da legítima reivindicação do povo judeu à emancipação.
Israel, aliado dos Estados Unidos a partir dos anos 50, transformou -se em um dos países militarmente mais poderosos do mundo. Além de possuir a “eterna” proteção do Conselho de Segurança da ONU, pelo poder de veto dos EUA.
Para os árabes-palestinos, que vivem nos territórios ocupados, depois da Guerra de 1967, vigora um “apartheid” (separação) brutal e implacável.
Segundo Breno Altman, Israel está se tornando um “Estado teocrático, racista e colonial, chocando o ovo da serpente fertilizado há mais de cem anos”.
(Brasília, maio de 2018)

EMANUEL MEDEIROS VIEIRA (falecido em 29 de Julho de 2019)

Nota I:
"Para o amigo Carlos com o fraterno abraço do Emanuel
Como a mídia aqui é totalmente pró-Israel e, claro, pró Império-EUA, nossos textos não são divulgados. São vetados.
Se apreciares o texto, pediria a sua inserção no teu prestigiado blogue. Muito Obrigado!"                EMANUEL

Nota II:
Atendendo à grande cadência de recepção de Artigos do saudoso Emanuel e considerando a opinião, minha, de que deverá mediar um tempo razoável de postagem (estimo uma semana), sob pena de alguns Artigos serem já de difícil acesso aos potenciais leitores, fui guardando os seus valiosos escritos e postando-os paulatinamente. Ainda possuo alguns em carteira, para posterior e subsequente publicação. Daí a razão do desfasamento temporal.


terça-feira, 8 de outubro de 2019

VAMOS REZAR, TODOS NÓS, PELA SAÚDE DO GRANDE POETA EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

Vamos rezar, todos nós, pela saúde do grande poeta Emanuel Medeiros Vieira 


A esposa do grande poeta catarinense, formado gaúcho, como estudante do Colégio Anchieta e da Faculdade de Direito da UFRGS, da esquerda estudantil e que agitou o Brasil até 31 de março de 1964, - a esposa, Célia de Souza, de forma generosa, postou e-mail, para todos, informando que o grande poeta Emanuel Medeiros Vieira, hoje residindo em Salvador, Bahia, está acamado, em crise, dores lancinantes, fruto de um câncer, e cumprimenta a todos os amigos e mesmo assim, em momentos de possibilidade de saúde, esconde sua dor, fazendo poesias, recolhido ao leito. Lembro Fernando Pessoa, quando lembra na poesia da dor, do fingidor, em trecho clássico citado em todo o mundo.
Interessante, que embora eu sendo mais velho, vivi um pouco todo este barulho e efervescência estudantil da esquerda, nos Centros Acadêmicos, procurando implantar o comunismo no Brasil, mas me formei no Curso Clássico, no Anchieta, em 1957 e me formei Advogado na UFRGS, em 1962, um pouco antes do grande poeta. Mas foi uma feliz coincidência.
Saliento que por dois anos, no primeiro e no segundo ano da Faculdade Direito da UFRGS, foi meu colega de aula, o Carlinhos Araujo, líder e culto agitador da esquerda, já envolvido totalmente com a Internacional Socialista, e viajando seguido para Cuba, Rússia, etc... fazendo política da esquerda e foi secretário das Ligas Camponesas de Francisco Julião, no agreste de Pernambuco.
Quiseram os fatos, que agora, após anistiado da condenação dos tribunais militares, veio morar na Vila Assunção,  na margem  do rio Guaíba, na Praça Araguaia - próximo ao famoso bar Timbuca (hoje demolido na beira do Rio Guaíba) - onde era visitado seguidamente pela ex-esposa, Dilma Rousseff, então Presidente da República.
Portanto, no mesmo Colégio Anchieta, na Rua Duque de Caxias, Porto Alegre e cursamos a mesma Faculdade de Direito da UFRGS, só que em anos diferentes, pois, eu sou mais velho, mas, com uma diferença fundamental, nunca fui da esquerda estudantil, jamais adotei a doutrina comunista, por convicção própria o que tenho até hoje, no fundo de minha consciência, fruto do ensino religioso do Anchieta, mas sempre respeitei e respeito meus colegas que aderiram à esquerda. Esquerda estudantil que foi desbaratada, como se sabe, pela inteligência e argúcia do General Golbery do Couro e Silva.
 Hoje os estudantes perderam o poder político, não elegem mais vereadores, nem deputados, nem ninguém, e politicamente, o estudantes secundários e universitários, nesta modernidade que vivemos, estão perdidos politicamente, não têm união, e não fazem mais agitações nem param mais a as cidades, até pelo fato da ausência de lideranças fortes como naqueles tempos, apoiados que eram pelo governo, de Jango, no plano nacional e no estadual, pelo Leonel de Moura Brizola.
 Vamos rezar, todos nós, para que o grande poeta Emanuel Medeiros Vieira, se livre das dores e melhore do câncer que o atingiu - e se solidarizando com o esforço da esposa Célia de Souza.
Nas minhas orações quando for a Igreja hoje, para pelo menos uma hora de adoração, minhas preces estarão voltadas para a paz, a saúde e o bem estar do poeta notável Emanuel Medeiros Vieira.
 Nério "dei Mondadori" Letti  
Desembargador do TJRS (aposentado).


Nota: Texto que me foi remetido pelo Emanuel Tadeu Medeiros Vieira (falecido em 29 de Julho de 2019) em Maio de 2018 e, segundo a então informação sua, também publicado no Blogue GRUPO ADVOCACIA & JUSTIÇA.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

PRESO POLÍTICO?


Preso político é preso de consciência.
É àquele que foi preso por suas ideias.
E, no geral, é o homem que combate a opressão, a tirania e as ditaduras.
Nelson Mandela foi um perfeito exemplo de preso político.
Por quase três décadas esteve encarcerado por combater sem tréguas um regime racista, opressor e indigno – do “apartheid”(separação).
Foi um exemplo de profundo idealismo, tenacidade, resistência e autenticidade.
Como foram no Brasil, Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra e tantos outros.
(Como os catarinenses que foram presos e barbaramente torturados na “Operação Barriga-Verde”, de 1975, muitos dos quais eram meus queridos amigos e não estão mais entre nós.)
Nenhum indivíduo – em uma democracia – preso por corrupção –, com todos os instrumentos legais, direito à ampla defesa, pode ser considerado preso político.
“A prisão política é um ato de origem política, nunca de raiz judicial”, disse alguém.
Quem qualifica um homem preso por corrupção de prisioneiro político, está falseando a verdade.
E assim o faz, para glorificar o encarcerado, por ignorância ou má-fé.
Ou por acreditar que uma mentira repetida mil vezes, vira verdade. Ou por ter vocação inata para a mentira – como militantes de certas agremiações.
Não me alongarei mais.

EMANUEL MEDEIROS VIEIRA (falecido em 29 de Julho de 2019)

Nota: Texto que me foi remetido pelo Emanuel em Maio de 2018 e, segundo a então informação sua, também publicado no Blogue GRUPO ADVOCACIA & JUSTIÇA.