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sexta-feira, 9 de março de 2018

PÁTRIA AMARGA

PÁTRIA AMARGA
(Prosa Poética Panfletária)
EMANUEL MEDEIROS VIEIRA
“O amor que não dá certo está sempre por perto” (Cacaso – 1944-1987))
Pátria: também amada
meu bom Deus:
O Senhor perdeu o passaporte brasileiro?
não vou me queixar – tudo está secando ao nosso redor: lágrimas, esperanças, projetos
deveria falar de outro jeito?
“Berço esplêndido”.
esplêndido?
Colônia, Império às, repúblicas (Velha e Nova)
assaltos ao Poder, golpe militar duradouro – foi-se toda uma geração que sonhava e muito mais – governos civis, Nova República, constituintes que não se cumpriram
trapaças, saques, traições, consensos, jogadas na calada da noite
não contamos – somos de pouca valia
carrego frases feitas, platitudes e lugares-comuns
“Dos filhos deste solo és mãe gentil” – certa mãe deixou-nos órfãos?
a gentileza não está nos rostos – estresse diário, caudaloso rio de notícias vis
“Florão da América” – que deveria ser nosso
“Filhos teus não fogem à luta”
Bate-nos um fundo cansaço – como um raio
palavras, partidos, gravatas, jeitinhos, cinismo, piratarias, patifarias e um deus eleito chamado mercado
“seja mais otimista” – ordenam-me! “Ame-o ou deixei-o” (como gostaria...)
“Terra adorada”/minha pátria amada/amarga, Brasil (Perdoem-me pelo panfleto.)
(Salvador, junho de 2017)

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