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quarta-feira, 1 de abril de 2020

PELOURINHO

PARA O O ESTIMADO AMIGO CARLOS, ENVIO UM TEXTO SOBRE O PELOURINHO, EM SALVADOR - AGRADECENDO ANTECIPADAMENTE A INSERÇÃO NO BLOGUE -, COM A AMIZADE E GRATIDÃO DO EMANUEL

PELOURINHO
PELOURINHO: PATRIMÔNIO AMEAÇADO

Muito acreditam que o Pelourinho é o monumento histórico mais importante da História do Brasil. Ele está ameaçado.
O Centro Histórico de Salvador (CHS) é considerado o patrimônio histórico que está mais em risco no Brasil, na visão da organização sem fins lucrativos “Worls Monuments Fund” – que trabalha pela proteção de monumentos e patrimônios do mundo –, com sede em Nova Iorque, nos EUA, como lembrou matéria de Hieros Vasconcelos Rego.
Para a organização, o CHS é um dos patrimônios mais ameaçados pelo descaso governamental ou pela ação da natureza.
A ONG aponta para a “vulnerabilidade da região”, com economia em declínio, criminalidade e infraestrutura decadente.
O Pelô (como é conhecido) virou também paraíso de “craqueiros”.
Vivi oito anos em Salvador e pude acompanhar a degradação do Pelourinho e de outros sítios fundamentais para a memória e a História do Brasil.
Os comerciantes e turistas e –- PRINCIPALMENTE – OS VIVENTES DAQUELE ESPAÇO DE NOSSA MEMÓRIA –reclamam constantemente da situação em que ele se encontra.
O sociólogo George Almeida acredita que áreas que têm uma só vocação – como o turismo –, caso do Pelourinho – estão fadadas à deterioração.
É preciso dialogar com os moradores, não enxotá-los.
É necessário fazer algo enquanto é tempo.
É um dos mais belos patrimônios da História do Brasil que está sendo abandonado.
COMPLEMENTO: Com uma foto da invasão da Nova Constituinte (uma favela no subúrbio de Salvador), a versão online do “The New York Times”, publicou, há tempos, a matéria “As Prosperity Rises in Brazil’s Northeast, So Does Drug Violence” (“Assim como cresce a prosperidade do Nordeste do Brasil, cresce a violência das drogas”), de autoria de Myrna Domit.
Fala da violência de Salvador, o que – conforme detectou um jornalista – marca um novo tempo nas abordagens dos norte-americanos sobre a Bahia.
“Antes só dedicava espaço sobre nossas belezas naturais”.
Muitos preferem optar pela visão estereotipada, enganadora e carnavalesca da cidade da Bahia –como Jorge Amado chamava Salvador –, que enriquece cada vez mais o “andar de cima”, estimula o “apartheid” e empobrece cada vez mais os humilhados da cidade mais negra do Brasil e uma das mais negras do mundo– afora as metrópoles africanas –, e na qual o racismo (parece exagero) ainda prevalece,
Essa visão “colorida” e falseada, visa trair turistas (muitos deslumbrados) e, no fundo, incentivar o turismo sexual em todos os níveis (como o de crianças e adolescentes).
Quem vive o dia a dia da cidade sabe que a visão das grandes redes de televisão e da própria mídia impressa, é mentirosa e aposta na enganação.
Aos poucos, começam a enxergar o lado macabro.
Em suma: a violência – banalizada no Brasil toda – está migrando para todo o Nordeste brasileiro.
Vivemos em uma cidade também porque a amamos e desejamos continuar nesse território. A perda de um espaço público com a magnitude cultural do Pelourinho, “debilita a sociabilidade, rebaixa a nossa autoestima, cava um lugar para a dor no nosso corpo”.
Tanto mais quando uma cidade, ou parte dela, ganha foros de Patrimônio  Cultural da Humanidade - como Salvador; 

EMANUEL MEDEIROS VIEIRA (falecido em 29 de Julho de 2019)

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