CPLP

CPLP
CPLP

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

RESTINGA DA MARAMBAIA

CARO AMIGO CARLOS
PARECE QUE O DIA PRIMEIRO DE JANEIRO NÃO É PROPÍCIO PARA ENVIAR ARTIGO.
COMO BRASILEIRO - JÁ QUE BOLSONARO ASSUME HOJE - FIZ QUESTÃO  DE ENVIAR EM PRIMEIRA MÃO PARA TI - O TEXTO ABAIXO E ANEXADO.
"RESTINGA DA MARAMBAIA" É UMA PRAIA NO RIO ONDE OS PRESIDENTES DA REPÚBLICA DESCANSAM E - HISTORICAMENTE - FOI UM DOS LOCAIS PREFERIDOS PARA A TORTURA E MORTE DE PRESOS POLÍTICOS NA DITADURA MILITAR.
FIZ QUESTÃO DE ENVIAR HOJE...
JÁ QUE ELE DISSE (LITERALMENTE) QUE A RESTINGA DA MARAMBAIA SERIA UM EXCELENTE LOCAL PARA FUZILAR A  "PETRALHADA".

MODESTAMENTE, COM A ARMA DA PALAVRA, MINHA OPOSIÇÃO COMEÇA NO PRIMEIRO DIA.
OPUS-ME (FUI PARA A RUA AOS 19 ANOS), À QUEDA DE JANGO E AO GOLPE DE 64.
E VAMOS ENFRENTAR OUTRA FORMA DE FASCISMO.

GRATO PELA EVENTUAL OU FUTURA PUBLICAÇÃO.

FELIZ E PRODUTIVO 2019 PARA TI E PARA OS TEUS SERES AMADOS!

Do Emanuel, Célia e família

RESTINGA DA MARAMBAIA

EM MEMÓRIA DE RUBENS PAIVA (1929-1971)
“Dizem que meu pai foi enterrado lá”
(Marcelo Rubens Paiva – escritor – sobre seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva (1929-1971), desaparecido, torturado e morto pela ditadura militar, cujo corpo nunca foi encontrado)
Fala-se à boca miúda nos corredores do Cisa, Cenimar e Doi que a Vanguarda Popular Celestial (como eles denominam o local que os guerrilheiros vão depois de mortos) está sediada em algum ponto da Restinga da Marambaia”(...)
É lá que os corpos dos militantes presos são jogados à noite de helicóptero: descrevem uma parábola no ar, abrem uma fenda branca na espuma e aprofundam e adormecem sem vingança possível
(Poema “Cemitério dos Desaparecidos, em “Inventário de Cicatrizes”, de Alex Polari Alverga, Teatro Ruth Escobar/Comité Brasileiro pela Anistia, Rio de Janeiro, 1978)
A Restinga da Marambaia é, hoje, local de descanso de presidentes.
O capitão eleito prometeu enviar inimigos políticos à “ponta da praia”.
(...) “Será uma limpeza nunca vista na História do Brasil”, disse.
Conforme explica Anna Vírgínia Balloussier, “ponta da praia” é uma referência à base da Marinha na Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro.
A mesma ponta da praia, com o tempo, virou um gíria entre militares da linha dura (extrema-direita) para designar lugar clandestino para interrogatório com tortura e eventual morte, explica o professor de história da UFRJ Carlos Fico.
“Naquela base militar de acesso restrito a civis, outrora entreposto de tráfico negreiro, presidentes passaram feriados, de Lula a Michel Temer”, informa a jornalista citada.
“Dizem que meu pai foi enterrado lá”, conta o escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado Rubens Paiva (1929-1941), morto pelos militares, aos 41 anos.
Alex Polari Alverga foi guerrilheiro da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).Anna Virginia Ballossier relata que Polari – um dos militantes que participou do sequestro do embaixador alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig von Holleben (1909-1988), em 11 de junho de 1970 ( ação da ALN – Ação Libertadora Nacional – e VPR – Vanguarda Popular Revolucionária –), foi torturado e, anos depois, viraria adepto do Santo Daime – narrou à estilista Zuzu Angel (1921-1976), como seu filho Stuart Angel (1946-1971) morreu nas mão de agentes da ditadura, também em 1971 (conforme matéria já citada):
“Em um momento retiraram o capuz e pude vê-lo sendo espancado depois de ter descido do pau de arara”, informou Polari.
A verdade sobre o desaparecimento do corpo de Stuart Angel nunca foi esclarecida.
O presidente “é admirador de Carlos Brilhante Ustra (1932-2013), primeiro militar condenado pela Justiça brasileira por torturas perpetradas na ditadura militar".
(Brasília dezembro de 2018 e Primeiro de Janeiro de 2019)

EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

Sem comentários:

Enviar um comentário

Agradeço o seu Comentário, que vai ser monitorizado